Fundado no interior baiano, time passará a fazer parte do futebol candango
O futebol baiano terá uma baixa em breve. O Canaã Esporte Clube se prepara para trocar a cidade de Irecê, onde foi fundado em 2018, pela capital do Brasil. O time já iniciou os trâmites para a mudança e, inclusive, foi aprovado para se filiar à Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF).
Um dos motivos para a mudança tem relação com o aspecto financeiro, influenciado pelo alto número de viagens feitas durante as competições. “Vimos o que Juscelino Kubitschek, ao criar Brasília, viu: uma terra de oportunidades, e também de logística melhor. Isso ajuda a diminuir os custos”, disse José Alves, gerente de futebol do clube.
O processo conta com algumas etapas, como previsto no estatuto da entidade candanga. Primeiro, o Canaã teve que apresentar pedido oficial para entrar no quadro de agremiações filiadas à FFDF.
Em seguida, foi convocada uma Assembleia Geral Extraordinária com os clubes locais para apreciar a solicitação. Essa reunião aconteceu na última quarta-feira (15), na sede da federação, em Brasília.
O Canaã seria considerado apto se recebesse a aprovação de uma maioria simples dos possíveis futuros adversários. Deu certo. Passou pelo crivo de 16 dos 17 clubes presentes (Aruc, Brasília, Brasiliense, Capital, Ceilândia, Ceilandense, CFZ, Gaminha, Grêmio Valparaíso, Luziânia, Paranoá, Real Brasília, Riacho City, Samambaia, SESP/Samambaense e Unaí).
O Gama foi o único a proferir voto contrário ao projeto apresentado, por considerar haver um número elevado de clubes nos torneios locais.
Apesar da aprovação, ainda há uma etapa a ser cumprida e envolve questões financeiras. O Canaã Esporte Clube precisará pagar uma taxa de 600 salários mínimos, valor exigido pela FFDF para incluir novas equipes nas disputas locais. No cenário atual, essa quantia corresponde a R$ 792 mil.
Novo endereço
O Canaã ainda não definiu em qual cidade ficará sediado. Mas a mudança já é certa. “Vamos sair de Irecê. O primeiro passo foi dado, com nossa aprovação junto à FFDF. Ainda estamos definindo algumas situações para dar os passos seguintes”, afirmou Alves.
Segundo o gerente de futebol, a ideia é se desfiliar da Federação Bahiana de Futebol (FBF) em breve. O clube, aliás, já não aparece na lista de times que irão disputar a Série B do Campeonato Baiano em 2023 – o torneio começa em maio. O Canaã havia participado da competição em três das últimas quatro temporadas (2019, 2020 e 2022). A melhor classificação foi o 4º lugar, em 2020.
“Nosso objetivo era conquistarmos a aprovação junto à FFDF. No presente momento, não estamos inscritos em nenhuma competição junto à FBF”, adiantou o dirigente.
Enquanto atravessa o processo interno de filiação e resolve os trâmites para a mudança, o clube toca o futebol de base. No início do mês, o Canaã realizou uma peneira na cidade de Planaltina, em Goiás. A captação aconteceu no estádio do município, que fica na região chamada Entorno do DF (composta por municípios de Goiás, Minas Gerais, além do Distrito Federal). Ao todo, foram selecionados oito jogadores, entre 12 e 17 anos.
O foco do Canaã, inclusive, será nos jovens atletas – ao menos, neste primeiro momento. “Manteremos nossa atuação no futebol de base”, garante José Alves, descartando uma possível participação na segunda divisão do Campeonato Brasiliense já este ano.
A ideia de manter as atenções concentradas na base tem relação com a própria premissa de quando o Canaã foi fundado. Ligado à Igreja Universal, o clube surgiu a partir de um projeto assistencial chamado Nova Canaã, com o objetivo de descobrir jovens talentos.
A equipe, aliás, chegou a se destacar no ano passado, após boa campanha na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Avançou da fase de grupos em primeiro lugar e, em seguida, eliminou o Real Brasília e o Juventus-SP. Só parou nas oitavas de final, eliminado para o Oeste-SP.
Em 2023, porém, não manteve o bom desempenho e deixou a competição sem qualquer vitória. A missão é voltar a fazer sucesso, agora no Distrito Federal.