Muitas vezes, a aterosclerose só dá sinais quando o quadro já é grave. Ela pode ser evitada com mudanças de hábito
Embora progrida silenciosamente, a aterosclerose é a principal responsável pelo desenvolvimento de infartos e AVCs, doenças que matam cerca de 200 mil pessoas por ano no Brasil. “O grande risco da aterosclerose é que os sintomas e sinais demoram para aparecer ou nem sempre surgem antes de incidentes mais graves”, afirma o cirurgião cardiovascular Elcio Pires Junior, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV).
Muitas vezes, a pessoa se dá conta da doença só quando já é necessária uma ação de emergência. Em 2018, por exemplo, só na região Sudeste, 63 mil pessoas foram internadas por aterosclerose, segundo artigo de 2019 da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). As graves complicações decorrentes da condição, porém, podem ser evitadas se o paciente estiver atento aos sintomas.
No geral, a doença tem sintomas muito sutis e se desenvolve silenciosamente. A inflamação progressiva do sistema circulatório acontece devido ao acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos, sendo considerada sistêmica, uma vez que acomete simultaneamente diversas áreas do corpo. Sua gravidade depende da importância da artéria que está sendo obstruída.
Os sintomas variam de acordo com a gravidade da obstrução e a região afetada.
- Caso a doença afete as artérias do coração, ela pode causar infarto agudo do miocárdio, mas antes disso pode se manifestar no aumento da pressão arterial e fadiga.
- Já nas artérias que irrigam o cérebro, a aterosclerose causa sintomas como desmaios, paralisias temporárias, perturbações visuais e pode levar ao acidente vascular cerebral (AVC).
- Nos membros inferiores, a obstrução pode causar dor, lesões de pele e incapacidade muscular para correr ou levantar peso, de acordo com o grau de obstrução. Outros sintomas são queda de pelos, atrofias musculares, dificuldade de ereção e gangrena.
Fatores de risco e a prevenção
Estudos epidemiológicos mostram que a aterosclerose incide com maior frequência e intensidade em indivíduos que têm entre 50 e 70 anos, especialmente homens, fumantes, hipertensos, sedentários e com antecedentes familiares da doença.
A prevenção é uma das maneiras mais efetivas de controlar ou diminuir a progressão da condição. Para isso, o médico recomenda:
- A adoção de atividades físicas regulares por pelo menos 150 minutos por semana;
- Uma alimentação balanceada, priorizando alimentos frescos, como frutas e verduras, evitando os ultraprocessados e alimentos gordurosos;
- Interrupção do tabagismo.