Neste sábado, 23 de março de 2024, o Bloco Afro Malê Debalê, um dos mais tradicionais da Bahia, completa aniversário de 45 anos de fundação. Esta importante data foi celebrada, na Assembleia Legislativa, pela deputada Fabíola Mansur (PSB), que inseriu, na ata dos trabalhos da Casa, uma moção de aplausos ao bloco afro, nascido em 1979 pela iniciativa de um grupo de moradores de Itapuã, em consonância com pessoas do Garcia e do Tororó, que desejavam ver o seu bairro representado no Carnaval de Salvador.
De acordo com a socialista, todos construíram assim “o caminho necessário para a criação de uma entidade que, além de carnavalesca, promove valores significativos para a cultura negra, sendo um espaço de afirmação da história, do bairro de Itapuã, da Lagoa do Abaeté e de seus arredores”.
Fabíola conta que o nome “Malê” surgiu em homenagem aos negros muçulmanos que, em 1835, realizaram um importante feito na história do Brasil, intitulado de “Revolta dos Malês”. Ela explica também que o nome “Debalê”, criado por fundadores do bloco, como Josélio de Araújo, traduz uma conotação de positividade e felicidade.
O bairro de Itapuã, eternizado nos belíssimos versos de Vinícius de Moraes, é a sede do Bloco Afro Malê Debalê, entidade do movimento negro que resiste há mais de quatro décadas no cenário musical baiano. O Malê marcou sua trajetória pela afirmação da luta contra o racismo e pela ocupação de espaços pelo povo negro e se consagrou através de canções, danças e fantasias que levam, para os circuitos do Carnaval de Salvador, uma resistência ativa e forte do povo negro.
A deputada lembra que o bloco afro tem uma agenda extensa durante todo o ano, especialmente no verão, e promove anualmente o Festival de Música Malê e o Concurso Negro e Negra do Malê, inclusive com a integração das crianças, no próprio bairro de Itapuã. Já os ensaios do Malê têm algumas edições no Pelourinho. Os associados do Malê também participam religiosamente da secular Lavagem de Itapuã, que acontece na quinta-feira antes do carnaval.
Fabíola Mansur encerrou sua moção de aplausos e votos de muito sucesso ao bloco afro, solicitando ainda que a iniciativa seja conhecida pela diretoria da entidade, bem como para as secretarias de Cultura de Salvador e do Estado da Bahia.