A deputada Fabíola Mansur (PSB) apresentou, na Assembleia Legislativa, uma moção de aplausos pela passagem do 59º aniversário do Teatro Vila Velha. A data festiva, 31 de julho, foi marcada com um show de Tom Zé, às 19h.No documento, a parlamentar apresenta um histórico em que destaca a importância do equipamento para a cultura baiana. O espaço foi criado em 1964 pela Sociedade Teatro dos Novos, formada por Echio Reis, Sônia Robatto, Carlos Petrovich, Othon Bastos, Thereza Sá e Carmem Bittencourt, alunos dissidentes da Escola de Teatro da Ufba, liderados pelo professor João Augusto. Em 1961, parte do terreno do Passeio Público foi cedido pelo governador Juracy Magalhães ao grupo Teatro dos Novos para a construção do Teatro Vila Velha. “Exatamente quatro meses após o golpe militar de 1964 o teatro foi inaugurado”, contextualizou.
O teatro, considerado um dos mais importantes da Bahia, foi inaugurado com um show de nomes que logo se tornariam famosos: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Maria Bethânia. “Fruto da contracultura, do Tropicalismo e da contestação que marcou o momento cultural brasileiro durante a Ditadura Militar, o Vila abrigou movimentos sociais, como as lutas estudantis da década de 1970”, mencionou a legisladora.
Em sua moção, a deputada enalteceu ainda o papel que o teatro exerceu na formação, criação e difusão das artes cênicas no Brasil. “O Vila, como é conhecido, foi o palco primeiro do enorme ator Othon Bastos, dos Novos Baianos, de Lázaro Ramos, Wagner Moura, Virgínia Rodrigues e dos grupos Bando de Teatro Olodum, Viladança, Companhia Teatro dos Novos, VilaVox e de uma série de outros grupos, projetos e artistas”, exemplificou.
Outro fato histórico rememorado pela parlamentar foi o julgamento e aprovação das anistias políticas de Glauber Rocha e Carlos Marighella. O Vila também foi palco contra o racismo e abraçou o projeto do Bando de Teatro Olodum, com elenco formado por atores negros. “A batalha por respeito ao povo negro levantada pelo Bando serve de inspiração para muitos e já ultrapassou as fronteiras do Brasil. A luta contra a discriminação da comunidade LGBTQIA+ tem lugar no palco no Vila, assim como a defesa da mulher, projetos e ações que buscam a acessibilidade de pessoas com deficiência e muito mais”, elencou a deputada.
Por fim, Fabíola saudou as pessoas responsáveis pela operação do espaço. “Através de Márcio Meirelles, diretor do Vila, ex-secretário de Cultura da Bahia, gestor cultural, diretor teatral, encenador, dramaturgo, cenógrafo e figurinista, que coordenou o projeto de revitalização do Teatro Vila Velha, abraço toda a equipe do amado teatro. Vida longa ao Vila, meus aplausos de pé”, externou.

