logo lider noticias

Absurdo!!! Câmara de Itaguaçu da Bahia rejeita projeto que homenageava menina morta em balneário Acampe Bem

Absurdo!!! Câmara de Itaguaçu da Bahia rejeita projeto que homenageava menina morta em balneário Acampe Bem

Proposta da “Lei Sophia” buscava regulamentar segurança em balneários e evitar novas tragédias como a da criança sugada por tubulação sem proteção

Em uma decisão que gerou revolta entre familiares e parte da população de Itaguaçu da Bahia, a Câmara Municipal rejeitou o projeto de indicação que criava a “Lei Sophia”, em memória da menina Sophia Pereira de Carvalho, de 9 anos, que morreu em dezembro de 2024 após ser sugada por uma tubulação de 33 centímetros de diâmetro em uma piscina do balneário Acampe Bem. O acampamento, segundo relatos dos familiares, operava há 13 anos de forma irregular, sem qualquer proteção no sistema de sucção e sem alvará de funcionamento.

O projeto de autoria do vereador João Alves Miranda Sobrinho previa medidas rigorosas de segurança e fiscalização para balneários, como a exigência de salva-vidas, sinalizações, dispositivos de segurança nas piscinas, e a criação de um fundo social para ações educativas e de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade. A proposta também instituía o “Dia Municipal de Prevenção a Acidentes Aquáticos”, em 30 de dezembro, data da tragédia que vitimou a criança.

Apesar da comoção e da importância preventiva do texto, a maioria dos vereadores decidiu por sua rejeição, sob a justificativa de que o projeto de indicação feriria o princípio da unidade temática por tratar de vários assuntos em um mesmo projeto de lei, o que é rechaçado pela assessoria jurídica do Vereador João Miranda! Segundo o Dr. Elivaldo Peregrino, todo o projeto de indicação versa sobre o núcleo central PREVENÇÃO DE ACIDENTES AQUÁTICOS não existe naquele projeto nada que não seja sobre o tema Prevenção de Acidentes aquáticos.

Para os familiares, no entanto, a rejeição representa um retrocesso. “A tragédia poderia ter sido evitada se o município tivesse cumprido sua obrigação de fiscalizar. O mínimo que deveríamos fazer agora é garantir que outras famílias não passem por essa dor”.

Tragédia anunciada

Segundo familiares de Sophia, o balneário funcionava de maneira irregular havia mais de uma década e só foi interditado pela Prefeitura após a morte da criança. O local, apesar de receber grande número de visitantes, nunca teve licenciamento ambiental, alvará de funcionamento ou profissionais qualificados para garantir a segurança dos banhistas, e inclusive responde processo ajuizado pelo INEMA por cometer infração ambiental.

A tragédia escancarou a negligência do poder público, que não fiscalizou o funcionamento do local, nem exigiu adequações previstas na Lei Federal nº 14.327/2022, que obriga todas as piscinas do país a possuírem dispositivos de segurança para evitar turbilhonamento, enlace de cabelos e sucção de partes do corpo humano.

Responsabilização

Desde o dia 30/12/24 (dia do acidente) a família luta por justiça!

O inquérito demorou 6 meses para ser concluído, e somente foi encerrado após cobranças ao MP de Xique-Xique.

E pior, mesmo com tantas provas, perícia da polícia técnica, notificações da prefeitura acerca da ausência de alvarás de funcionamento, alvará da vigilância sanitária, do corpo de bombeiros e do órgão ambiental, e principalmente pela ausência de dispositivos de segurança no orifício de entrada da tubulação, o delegado não indiciou a dona do Balneário Acampe Bem.

A família de Sophia solicita do Ministério Público da Bahia uma análise mais rigorosa das peças de informação do Inquérito policial e pede o oferecimento de denúncia por homicídio com dolo eventual contra os responsáveis pelo balneário. “Eles sabiam dos riscos, sabiam que crianças frequentavam a piscina e mesmo assim instalaram uma tubulação aberta, com diâmetro de 33 cm, sem nenhuma proteção. Isso é assumir o risco de matar”, afirmou um dos familiares.

O que previa a “Lei Sophia”

Entre os pontos principais do projeto estavam:
• Obrigatoriedade de salva-vidas em proporção ao número de banhistas;
• Instalação de dispositivos de segurança nas piscinas;
• Sinalizações claras e cercas em áreas profundas;
• Proibição de funcionamento sem alvarás e licenças ambientais;
• Criação do Fundo Social Sophia, financiado com taxas de fiscalização, para ações educativas e assistência social;
• Penalidades de até R$ 20 mil para os infratores e interdição do estabelecimento.

Apesar da rejeição, o vereador João Alves afirma que seguirá lutando pela aprovação da proposta. “Não vamos permitir que a memória de Sophia seja esquecida nem que outras crianças corram os mesmos riscos. Essa luta é por justiça e prevenção.”

administrator

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *