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Tatau é daqueles cantores que sentem saudade dos tempos áureos do Axé, ritmo baiano que completa 40 anos em 2025. Em entrevista ao BNews, o ex-cantor da banda Ara Ketu, onde fez grande sucesso, reforçou a necessidade de renovação no gênero para manter a força da música baiana em alta.
“Espero que quem chegue abrace, espero que quem chegue deixe também para quem vem depois. Enquanto existir trio elétrico, e enquanto existir Carnaval, vai se pensar no Axé de uma forma bacana e especial, de uma forma que a gente conseguiu construir bem”, disse. “Gostaria que a turma que está chegando abraçasse a mesma proposta, como abraçamos lá atrás. Que é continuar com esse legado cultural, e se importar pela história da Bahia, pelas tradições da Bahia, pelos costumes”, disse ao destacar a música ‘Raiz de Todo Bem’, de Saulo. “A última grande obra nesse sentido”.
Por falar em Saulo, ele aponta o cantor como um dos últimos a defender a bandeira do Axé, juntamente com Tomate, e revela mágoa com essa certa descontinuidade na cultura. “Eu até não tenho acompanhado muita gente, talvez o último artista que vi que abraçou todos os aspectos, vou ter que ir lá em Tomate, vou ter que ir lá em Saulo, os últimos artistas que chegaram com o apetite de cantar as nossas coisas. São dois artistas que eu vi que tinham o que mais o Axé provocou durante mais de 30 anos, desde seu nascimento, que é um estilo musical de entrega. Foram artistas que se entregaram o tempo todo e senti que a turma que chegou um pouco mais depois, não conseguiu passar essa situação de muita entrega, por isso eu fiquei meio ressentido com essa parte. Mas, espero que apareçam outros artistas, que entendam o que foi feito, tantos outros antes de mim, queria que as pessoas olhassem um pouco e viessem com esse entendimento, que o Axé não é só música, palco, é também entrega”.
