Com uma prancha como púlpito e um público jovem, a igreja evangélica Bola de Neve foi fundada pelo apóstolo Rina em 1999 e tem 560 unidades
São Paulo — A Igreja Bola de Neve é uma igreja evangélica criada por Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, morto aos 52 anos nesse domingo (17/11) em um acidente de moto na Rodovia Dom Pedro 1º, em Campinas, no interior do estado de São Paulo. Fundada em 1999 no centro da capital paulista, no Brás, no início de sua história a igreja fazia cultos em um auditório para 130 pessoas de uma empresa de surfe, com uma prancha longboard como púlpito.
Segundo o site oficial da Bola de Neve, a história da igreja confunde-se com a própria história do Apóstolo Rina, como Rinaldo era conhecido. Em 1993, após dores muito fortes e um quadro de hepatite, Rina teria tido uma “experiência pessoal com Deus”, o que o fez convocar uma reunião religiosa descompromissada. Aos poucos, o nome “Bola de Neve” apareceu, como uma metáfora a uma bola de neve que começa pequena e vira um avalanche, até a igreja se formar oficialmente em 1999.
Atualmente, a Bola de Neve tem 560 unidades em 34 países. A identidade da igreja desvia de tudo o que é tradicional, mas ainda pregando o Evangelho, e atrai o público jovem. Os cultos contam com música ao vivo do gospel ao rock, reggae e hip-hop, e a doutrina segue princípios das igrejas evangélicas neopentecostais, como ênfase em experiências espirituais, dons do Espírito Santo e um estilo de vida baseado nos ensinamentos da bíblia.
Desde 2010, a sede da Bola de Neve fica no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo.
Rina
Rinaldo Luiz de Seixas Pereira nasceu em São Paulo e ficou famoso ao usar uma prancha de surfe como púlpito.
O apóstolo estava afastado de suas funções na igreja desde junho, após denúncias de agressão contra a esposa, a pastora e cantora gospel Denise Seixas. Ele passou a ser investigado neste ano por suspeita de “ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, violência doméstica e psicológica” contra Denise.
Em junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu uma medida protetiva para Denise Seixas contra Rina. O apóstolo deveria manter ao menos 300 metros de distância de Denise, seus familiares ou testemunhas do processo.
A medida judicial foi em resposta às acusações de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação feitas por Denise.
À Polícia Civil, Denise disse que sofreu diversos tipos de agressão durante todo o relacionamento com o pastor, de xingamentos a violência física. Ela também relatou que foi alvo de agressões como socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais.