Bilionário dono da Tesla irá trabalhar em conjunto com Vivek Ramaswamy, que disputou as primárias republicanas para concorrer à presidência. Trump prometeu Musk em seu governo durante campanha.
Elon Musk ao lado de Donald Trump durante comício presidencial em outubro de 2024 — Foto: REUTERS/Carlos Barria
O bilionário Elon Musk, escolhido por Donald Trump para chefiar o futuro Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, que será criado no início do próximo governo, prometeu “máxima transparência” no cargo. O presidente eleito anunciou nesta terça-feira (12) que Musk comandará o órgão ao lado do empresário Vivek Ramaswamy.
O objetivo do novo departamento, segundo Trump informou em comunicado, é contribuir para que o governo “desmonte a burocracia governamental, reduza regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais”. A ideia é também implementar ideias de fora da Casa Branca que criem uma “abordagem empreendedora para o governo”.
Segundo Musk, o departamento terá um ranking sobre os “gastos mais absurdos” de impostos. “Isso será ao mesmo tempo extremamente trágico e extremamente divertido”, disse.
“Todas as ações do Departamento de Eficiência Governamental serão publicadas online para garantir máxima transparência. Sempre que o público achar que estamos cortando algo importante ou deixando de cortar algo desnecessário, basta nos avisar”, afirmou o bilionário, na rede social X.
Em outra publicação no X, Musk declarou que “ou conseguimos tornar o governo eficiente, ou a América vai à falência”. “É disso que se trata. Gostaria de estar errado, mas é a pura verdade”, explicou.
Musk no governo foi promessa de campanha
Durante a campanha presidencial, Trump prometeu colocar Elon Musk em uma comissão governamental de eficiência caso fosse eleito. O republicano disse que o bilionário já havia aceitado o convite e trabalharia para eliminar “fraudes e pagamentos indevidos”.
Musk foi um dos principais doadores da campanha eleitoral de Trump. Segundo a agência de notícias Associated Press, o bilionário desembolsou cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,15 bilhão) para eleger o candidato republicano.
Contratos de Musk com o governo
Empresas de Musk, como SpaceX e a Tesla, têm contratos bilionários com o governo americano. Críticos afirmam que dar a Musk acesso aos gastos federais pode criar um conflito de interesses.
O empresário já prometeu fazer US$ 2 trilhões em cortes, principalmente na burocracia federal, e admitiu que as medidas podem causar “dificuldades temporárias” para os americanos.
Musk também deve pressionar Trump por uma maior desregulamentação em áreas nas quais ele investiu pesadamente, como inteligência artificial e criptomoeda.
No governo, o bilionário irá trabalhar ao lado do empresário Vivek Ramaswamy, que chegou a ser conhecido como “Novo Trump” durante as primárias republicanas. Ele tentou ser o indicado do partido para concorrer à Casa Branca, mas desistiu da disputa no início deste ano.
Ramaswamy também é bilionário e trabalha no setor de biotecnologia. Filho de imigrantes, ele defende a deportação de todos os que entram no país de forma irregular.
Trump afirmou que espera um choque de gestão com a liderança de Musk e Ramaswamy, com mudanças na burocracia federal. A expectativa é que os dois concluam os trabalhos até 4 de julho de 2026, quando os Estados Unidos comemorarão 250 anos de independência.
Ambições políticas
Elon Musk, bilionário dono da Tesla e da rede social X, durante evento de apoio a Trump em outubro — Foto: Evan Vucci/AP
No dia da eleição americana, ao fazer uma transmissão a caminho da Flórida para participar da festa de Trump, Musk disse aos seguidores que a campanha presidencial de 2024 é apenas o começo de suas ambições políticas.
O Departamento de Eficiência Governamental, já chamado de “DOGE” pelos apoiadores de Trump, seria um escritório governamental que Musk supervisionaria de fora do governo.
A ideia é que ele use o mesmo bisturi que utilizou para fazer cortes no Twitter depois que comprou a empresa e a renomeou como X.
Musk, inclusive, já começou a trabalhar com Howard Lutnick, que é copresidente da equipe de transição de Trump e um dos principais nomes cotados para o Tesouro.