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Fabiola Mansur elogia “afetividade e firmeza” do jornalista José Carlos Teixeira

Fabiola Mansur elogia “afetividade e firmeza” do jornalista José Carlos Teixeira

A deputada Fabíola Mansur (PSB) manifestou profundo pesar pelo falecimento do jornalista José Carlos Teixeira, nesta quinta-feira (10), depois de complicações em decorrência de uma queda. Nascido em Ruy Barbosa em 1947, filho de Horádia Teixeira, mãe solo, era o mais velho entre cinco irmãos. Passou a infância e juventude em Feira de Santana, cidade onde “iniciou seu caso de amor com os livros em uma biblioteca municipal”.

A socialista lembra que foi na chamada “Princesinha do Sertão” que José Carlos Teixeira fez teatro, cultivou muitos amigos e militou no movimento estudantil contra a ditadura militar no final dos anos 1960, dirigindo entidades estudantis e culturais. Licenciou-se em Estudos Sociais na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e começou a atuar como repórter em 1969. Foi um dos fundadores e primeiro editor-chefe do Feira Hoje, um dos mais importantes jornais do interior da Bahia.

Já na capital baiana, Teixeira formou-se em Comunicação Social na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e passou pela pelas redações do Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia. Foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo e chefiou a sucursal do jornal O Globo em Salvador. “Com 55 anos de trajetória no jornalismo, José Carlos Teixeira uniu competência, afetividade, coragem, firmeza e rebeldia para se tornar um dos principais nomes da imprensa baiana”, salientou a procuradora Especial da Mulher da ALBA. Ela relatou também que o jornalista foi candidato a vereador em Feira de Santana, em 1982 pelo MDB, com uma plataforma em defesa do trabalhador, da redemocratização do país, contra a censura e a favor da liberdade de expressão.


Teixeira também atuou como assessor de imprensa da Secretaria Estadual de Cultura, na época sob comando do poeta José Carlos Capinan, e das prefeituras de Feira de Santana e Itabuna, como secretário de Comunicação. De volta às redações, Teixeira trabalhou na TVE Bahia e no jornal A Tarde nos anos 2000, período em que foi professor de jornalismo na Unibahia. Especialista em Maketing Político pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), trabalhou em campanhas políticas em cinco estados e até no exterior, a exemplo da campanha presidencial em Angola, país onde viveu por três anos. Em sua experiência internacional, o profissional trabalhou nas agências M’Link Angola e Maianga Publicidade, sendo consultor da agência de notícias Angola Press.

Aqui na Bahia, Teixeira fundou o site Bahia Toda Hora e, nos últimos anos, foi articulista nos sites Olá Bahia, Camaçari Agora, Informe Baiano e Se Ligue Bahia. Na literatura, José Carlos Teixeira escreveu dois livros: Dicionário de Mwangolé, pela Editora Maianga, e Walmir Lima: um bamba da Bahia, pelo selo da Assembleia Legislativa da Bahia. Também participou do livro de ensaios “Memória em movimento: o sertão na arte de Juraci Dórea”. Atualmente, o jornalista trabalhava em uma biografia do sambista Edil Pacheco e em uma coletânea com artigos publicados na imprensa nos últimos três anos.

Junto à moção de pesar, a deputada Fabíola Mansur fez questão de registrar e reproduzir algumas linhas da brilhante trajetória de Teixeira, seja como pessoa humana, como profissional, pai de família e amante dos livros, escritas pelo brilhante jornalista e um de seus grandes amigos, Vitor Hugo Soares.

DEPOIMENTO“Mesmo para quem aprendeu a acreditar no fato – nas lições do jornalismo e da vida – a exemplo deste velho profissional de imprensa ao longo de décadas, é difícil acreditar e reagir ao baque desta amarga notícia da trágica consumação da vida de José Carlos Teixeira, que corre de boca em boca em Salvador e Feira de Santana, de redação em redação e nos recantos boêmios e de cultura e inteligência das duas cidades, nesta quinta-feira de outubro. Teixeira, aos 76, na plenitude da criatividade intelectual e brilhante atuação profissional, no domingo (6) do primeiro turno das eleições, retorna contente para o hotel onde estava hospedado.

De repente um escorregão e a queda inesperada, com a cabeça batendo contra o meio fio, no centro de Madre de Deus. O socorro urgente do Samu, o internamento de emergência no hospital mais próximo, a esperança renovada de recuperação e, quatro dias depois, a notícia de que o velho amigo e admirado colega de larga travessia de vida e de profissão se foi. Como acreditar nisso? Como entender o fato, a não ser como resultado de uma traiçoeira manobra da morte em suas insondáveis maquinações com o destino. Ainda mais quando, há poucos dias, eu havia recebido a mensagem abaixo de Teixeira, falando com a força, o tesão e o bom humor de sempre, sobre o novo livro que ele estava preparando para lançar em breve:

“Caro amigo, Seguem alguns artigos para você ter ideia do conteúdo. São escritos entre 2021 e 2024, publicados nos sites Olá Bahia, Camaçari Agora, Informe Baiano e Se Ligue Bahia. Abrangem da política à baianidade e à nordestinada (êpa!). Sei que alguns você já leu e até compartilhou no Facebook. Estes são bem representativos, acho (a curadoria foi feita por João Pedro Pitombo, jornalista e rebento). Caso queira ler mais alguns, avise. Grande abraço e minha gratidão. José Carlos Teixeira”.

De forma mais que especial, finaliza a deputada, “deixo o meu abraço afetuoso ao seu filho, João Pedro Pitombo, profissional do jornalismo, seguindo as lições de seu pai. Um rapaz talentoso, amoroso e um dos melhores repórteres da nova geração. Essa é a maior prova de que os filhos são espelhos dos pais”.

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