Casal deverá responder pelo crime de maus-tratos. Arara-canindé era conhecida em toda a cidade por ser extremamente dócil e livre
A Polícia Civil concluiu que a Arara Pipoca só morreu eletrocutada porque teve as asas cortadas indevidamente por um casal, em Trindade, cidade da Região Metropolitana de Goiânia. A arara-canindé era conhecida em toda a cidade por ser extremamente dócil e livre. O casal deverá responder pelo crime de maus-tratos.
O g1 não encontrou a defesa do casal até a última atualização da reportagem.
A morte de Pipoca foi anunciada pelos administradores de seu perfil na internet no dia 21 de outubro. Na ocasião, foi dito que a arara estava indo para a feira no Carreiródromo, como fazia todo domingo, quando perdeu a estabilidade no voo, pousou em um fio de energia elétrica e morreu eletrocutada.
A perda da estabilidade aconteceu dias depois de Pipoca ter uma de suas asas cortadas indevidamente. O delegado Thiago Escandolhero explicou que, após a análise de câmeras de segurança, foi possível ver o casal suspeito carregando Pipoca dias antes de sua morte.
Testemunhas disseram à polícia que o casal levou a arara para casa de um familiar. Lá, o animal teve as asas cortadas e, por conta disso, passou a noite na chuva, porque segundo a polícia, já não estava conseguindo voar direito.
“Nós conduzimos eles para a delegacia e eles falaram que a arara voou e fugiu deles. Só que a gente foi na casa da familiar, e ela acabou por falar que a Arara esteve lá, brincou com as crianças e depois ela voou. Através dessa contradição, juntando com os vizinhos que viram a Arara num Sobrado em construção em dia de chuva, concluímos que ela não conseguia sair de lá e ficava tomando chuva”, explicou o delegado.
Dias depois, Pipoca conseguiu retornar ao seu local de abrigo há mais de 3 anos, mas já estava debilitada. Comerciantes disseram à polícia que chegaram a levar a arara ao veterinário e foram informados do corte nas asas. Mas, como o animal vivia em liberdade, acabou se acidentando com o fio eletrocutado dias depois.
“Pode ser que eles queriam pegar a pipoca pra eles, né? Não tem outro motivo aparente”, afirmou o delegado sobre a possível motivação do crime.
Por conta do crime, o casal vai responder pelo crime de maus-tratos, previsto no artigo 32, da Lei de Crimes Ambientais.