Mãe diz que bebê teve pescoço furado pela médica e que profissional saiu da sala antes de finalizar o parto |Divulgação/Secom
A maternidade estadual Albert Sabin, localizada em Salvador, voltou a ser alvo de denúncias por negligência médica. Desta vez, uma mãe relatou que perdeu a filha durante o parto, realizado no último dia 30 de outubro, após a criança sofrer uma lesão no pescoço, supostamente provocada pela profissional que realizou o procedimento.
Em entrevista à TV Bahia, Liliane Ribeiro, mãe da criança, relatou que foi obrigada pela equipe médica a realizar um parto normal, apesar da recomendação de passar por uma cesária feita por outra instituição, pois o bebê era muito grande. “A médica que fez meu pré-natal disse que quando chegasse lá, eu deveria ter cuidado em como falar, não gritar, porque eles [funcionários da maternidade estadual] destratam as pessoas que reclamam“, contou.
Na última quarta-feira (30), a mulher entrou em trabalho de parto com 31 semanas de gestação. Segundo ela, a gravidez foi “maravilhosa” e saudável. Porém, no dia de conhecer a criança, mesmo com a bolsa rompida e com líquido escorrendo pela perna, ela disse que esperou 40 minutos para ser atendida.
Liliane dormiu na maternidade e no dia seguinte foi medicada para ter contrações e induzir o parto normal, contrariando a orientação da médica que a acompanhou durante a gestação. Já na sala de parto, a mulher relatou que a equipe médica a mandou fazer força, pois ela seria “rasgada até o talo”. Um funcionário também teria pedido para que ela “parasse de presepada”.
Segundo a mãe, quando a cabeça da criança saiu, a médica precisou fazer uma manobra para retirá-la. A profissional estaria com a luva rasgada e, logo após retirar a criança, teria entregado a bebê para outros profissionais e saiu correndo da sala. Liliane acredita que o pescoço da filha teria sido furado pela unha da médica.
A criança chegou a receber massagem cardíaca, mas seu óbito foi constatado. O hospital afirmou que ela já nasceu morta, versão contestada pela família. “Como minha filha saiu de mim morta se antes de entrar na sala de parto ela estava viva? Se eu senti ela mexer? Se a médica mostrou para meu marido a cabecinha dela mexendo? Se eles tentaram reanimar? Minha filha não estava morta”, questionou.
A ocorrência foi registrada na delegacia e a família pediu para que o bebê fosse levado para o Instituto Médico Legal (IML) para passar por uma necropsia. A investigação só deve ser concluída em 30 dias.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, ao tomar conhecimento do fato, prestou apoio e acolhimento à família. “Ressaltamos ainda que uma sindicância será rigorosamente conduzida para apurar com transparência as circunstâncias do óbito, respeitando os direitos dos envolvidos e mantendo o compromisso com a ética e a excelência no atendimento”, afirmou a pasta.