A trajetória de Domingos Mendes é um retrato perturbador de como um inocente pode ser engolido por um sistema de justiça lento e, segundo suas alegações e provas documentais, falho. Há sete anos aguardando julgamento por júri popular, Mendes luta para limpar seu nome após ter sua imagem usada como isca em um homicídio e passar oito meses preso injustamente.
Os fatos remontam a 2017. De acordo com documentos judiciais, o verdadeiro autor de um homicídio doloso arquitetou uma emboscada, utilizando um chip de celular ativado com dados falsos e associado a um perfil no WhatsApp que usava a foto de Domingos Mendes — sem seu conhecimento ou consentimento.
O crime ocorreu à noite, em uma esquina escura, executado por um homem em uma motocicleta, usando capacete e jaqueta. O local do assassinato ficava a poucos metros da casa de Domingos. No entanto, ele não estava na rua no momento do crime. Fotos com registro de data e hora o colocam dentro de casa, ao lado do pai e dos irmãos, esperando a entrega de uma pizza. Todos confirmaram ter ouvido os tiros do lado de fora.
Apesar do álibi e da ausência de qualquer ligação com a vítima, a coincidência geográfica e o uso indevido de sua imagem levaram Domingos à prisão. Ele passou oito meses encarcerado até que novas provas surgissem.
Provas contundentes de inocência e descoberta do verdadeiro autor
O avanço das investigações revelou um conjunto sólido de evidências, conforme consta nos autos do processo:
• Origem fraudulenta do chip: A quebra de sigilo telefônico confirmou que o chip usado para atrair a vítima foi adquirido e ativado pelo verdadeiro autor do homicídio.
• Arma do crime: A arma foi localizada e periciada. Nenhuma conexão foi estabelecida entre ela e Domingos Mendes.
• Motivação e vínculo com a vítima: Investigadores descobriram um histórico de relacionamento entre a vítima e o verdadeiro autor, inclusive com fotos íntimas e mensagens de ódio e ameaças anteriores ao crime.
• Ameaças a testemunhas: O processo inclui relatos de ameaças feitas pelo autor contra familiares da vítima e outras testemunhas.
• Álibi sólido: As fotografias com data e hora, corroboradas por depoimentos familiares, comprovam que Domingos estava em casa no momento do crime.
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Controvérsia no inquérito e impasse judicial
Apesar das provas, o inquérito policial surpreendeu ao tentar enquadrar Domingos Mendes como cúmplice. A tese, considerada frágil pela defesa, não encontra sustentação nos autos. Não há:
• Provas materiais ligando Domingos ao crime;
• Testemunhas que o envolvam na execução ou planejamento;
• Motivação plausível para sua suposta participação;
• Contestação válida ao seu álibi robusto.
A defesa alega que essa conclusão ignora deliberadamente as provas e representa um grave desvio de conduta investigativa.
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Sete anos de espera por justiça
Domingos Mendes segue aguardando o júri popular que pode encerrar, de forma definitiva, o pesadelo que vive desde 2017. A sociedade presiduteense acompanha o caso com atenção e clama por justiça, cobrando a responsabilização dos verdadeiros culpados.
A absolvição completa é o que Domingos espera para, enfim, enterrar a sombra de um crime que não cometeu — e seguir sua vida com dignidade e o nome limpo.
















