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Quais as possíveis causas da morte de bebê que morreu após tomar vacinas? Pediatra explica o que pode ter acontecido

Quais as possíveis causas da morte de bebê que morreu após tomar vacinas? Pediatra explica o que pode ter acontecido

Ainda não se sabe o que causou a morte do bebê de dois meses que morreu depois de tomar vacinas de rotina nesta segunda-feira (28) na Unidade de Saúde da Família (USF) Aristides Maltês, no bairro de São Cristóvão, em Salvador. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Brian Vinícius Morais Primo apresentou mal-estar após a aplicação dos imunizantes.

A reação alérgica grave ao alérgeno das vacinas de rotavírus, pentavalente e pneumocócica por injeção geralmente são extremamente raros, como explica o pediatra e neonatologista Samir Nahass: “esses eventos ocorrem em uma frequência muito baixa, estimada em menos de um caso por milhão de doses aplicadas, dependendo da vacina e da população estudada.”

Ele supõe que o bebê morto pode ser portador de uma condição de saúde ainda não diagnosticada que poderia estar associada ao evento. Contudo, aponta que a principal causa de morte por efeitos adversos causados pela vacinação de recém-nascidos ou lactentes é a anafilaxia.

“É uma reação alérgica grave e potencialmente fatal que ocorre rapidamente após a exposição aos componentes da vacina , com sintomas como dificuldade respiratória grave, queda repentina da pressão arterial, perda de consciência e erupção cutânea generalizada”, esclarece.

“Se não tratada imediatamente com doses de adrenalina e suporte médico adequado, pode levar a uma parada cardiorrespiratória e óbito em poucos minutos”, complementa.

Apesar da mortalidade alta, é importante ressaltar que a anafilaxia pós-vacinação é extremamente rara, e os postos de saúde são equipados e os profissionais treinados para reconhecer e tratar essa emergência.

Reações leves são comuns e um bom sinal

Nahass explica que as reações a esses tipos de vacinas são “relativamente altas no que se refere a reações leves e locais.” As mais comuns são dor, vermelhidão e inchaço no local da injeção no caso das injetáveis. Quando atinge o corpo inteiro, pode ocorrer febre baixa – mais comum com a pentavalente. Além de irritabilidade, choro, sonolência e agitação ou vômito e diarreia leves, no caso do rotavírus.

Nahass destaca que essas reações são sinais de que o sistema imunológico do bebê está respondendo à vacina. “A maioria dos bebês experimentará pelo menos uma dessas reações após a vacinação, que geralmente se resolvem em poucos dias sem necessidade de intervenção médica”, explica.

– Febre alta (acima de 38,5°C que não melhora com medicação).

– Choro persistente e inconsolável.

– Sonolência excessiva ou dificuldade para acordar.

– Vômitos em jato ou repetidos.

– Dificuldade para respirar, chiado no peito ou respiração rápida.

– Manchas vermelhas ou roxas na pele.

– Inchaço nos lábios ou na língua.

– Flacidez ou perda de tônus muscular.

Em qualquer sinal de reação incomum ou grave, os pais ou cuidadores devem procurar imediatamente o serviço de saúde que realizou a vacinação ou um serviço de emergência. É fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para reconhecer e manejar possíveis reações alérgicas.

Vacinas são seguras e têm eficácia comprovadamente alta

A segurança das vacinas é rigorosamente avaliada em estudos clínicos antes de serem aprovadas para uso e continua sendo monitorada após a introdução nos programas de imunização. Portanto, são consideradas seguras para recém-nascidos e pequenos lactentes.

“O benefício da proteção contra doenças que podem causar complicações graves, sequelas permanentes e até mesmo a morte em bebês supera significativamente o baixo risco de eventos adversos sérios”, adverte Nahass.

Ele também reforça que é fundamental que os pais confiem nas informações fornecidas pelos profissionais de saúde e nas evidências científicas que comprovam a segurança e a eficácia das vacinas.

“A vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais importantes para proteger a saúde individual e coletiva, especialmente nos primeiros anos de vida, quando os bebês são mais vulneráveis a essas doenças”, finaliza.

Fonte: Correio
Imagem: Freepik

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