Para os médicos do sono, qualquer ronco é o primeiro sinal de que algo precisa ser investigado
Não é incomum que só a insônia seja lembrada como um distúrbio do sono. Mas a apneia também é. Ela causa paradas respiratórias enquanto a pessoa dorme e, com isso, pode levar a complicações cardiometabólicas graves, como hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e a própria diabetes tipo 2. Em casos extremos, pode levar à morte.
Ter apneia é muito mais do que simplesmente roncar durante o sono. “O ronco é o primeiro sinal de que o indivíduo pode ter AOS – a apneia obstrutiva do sono. Inicialmente, é um problema social, mas é um alerta de que precisa ser investigado. É preciso saber qual é o diagnóstico que a pessoa tem”, explica a médica do sono e otorrinolaringologista Cristina Salles, coordenadora do Serviço de Medicina do Sono do Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e professora da Escola Bahiana de Medicina.
Ainda que a apneia seja multifatorial, a obesidade é uma das condições mais comuns em pacientes que convivem com ela. Segundo o médico cardiologista Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono, as estimativas são de que até 50% dos pacientes com obesidade podem ter algum grau de AOS. Quando a pessoa tem diabetes, a condição é ainda mais frequente. Para quem tem obesidade grau 3, que corresponde ao Índice de Massa Corpórea maior do que 30, a condição aparece em mais de 90% dos casos.
Fonte: Irecê Acontece
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