O deputado Ricardo Rodrigues (PSD) propôs que a Assembleia Legislativa conceda o Título de Cidadã Baiana à Maria Celeste Miron Dourado. Nascida em Afogados da Ingazeira, Pernambuco, ela chegou a Irecê em 1970. No projeto de resolução onde propõe a homenagem, ele descreveu toda a infância pobre e sofrida de Maria Celeste, que passou “fome e necessidades”.
Entre os anos de 1970 e 1971, ela trabalhou na lavoura, como lavadeira, costureira de sacos de feijão e milho, e quebradeira de pedras para concreto. Em 1972 conseguiu seu primeiro emprego como balconista de supermercado, quando conheceu José Otaviano Dourado. Em 1973 foi trabalhar como gerente do Armazém de Compra e Venda e “descobriu seu tino para o comércio e a veia empresarial.
Em 1975 casou-se com Zé Dourado. Em 1977 deu início a seu primeiro negócio, uma pequena bomboniere na frente da casa onde residia. Em janeiro 1979 ampliou o empreendimento, diversificou as mercadorias e foi convidada para representar os produtos do Grupo Coringa, da cidade de Arapiraca (AL).
Em 1982, juntamente com o esposo, começou a comprar especiarias como pimenta do reino, cravo, canela, erva doce e urucum no Pará e a revender em Irecê e região. Foi então que surgiu a ideia de beneficiar a pimenta do reino e o urucum e transformá-los em colorau e condimento, passando a vender esses produtos no varejo.
Em 1983 funda a Coimbra – Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda., a primeira fábrica de colorau e condimento do interior baiano, que também produzia fubá e farelo de milho. Suas duas empresas geravam mais de 250 empregos diretos, tornando-se umas das principais da região e consolidando Dona Celeste como “exímia empresária de sucesso”. Em 1990 ampliou a indústria e começou a produzir o Salgadinhos Kric’s, pioneira na Bahia a produzir esse tipo de snacks.
Em 1989 reencontra o pai em Fortaleza com a saúde bastante debilitada e “total estado de miserabilidade”. Dona Celeste o leva de volta a Irecê, e, mesmo sendo empresária de sucesso, não descuidou do trabalho social. Em 1991 fundou a Abai – Associação Beneficente ao Ancião de Irecê, entidade filantrópica que sobrevive até os dias de hoje, sendo presidente por 6 mandatos.
Após passar pelas perdas do pai, da mãe e por doença grave do marido, ela resolveu retomar os estudos e concluiu o 1º e 2º graus em 1998, ano em que decide mudar de ramo comercial. Em 2001 inaugura o Golden Palace Hotel e Restaurante Ltda, que se tornou um dos principais empreendimentos da cidade. Em 2020, com a pandemia mundial, após os lockdowns e visando uma melhor qualidade de vida, decide fechar definitivamente o Golden Palace Hotel e mais uma vez se reinventar, iniciando os estudos para criar um Centro Empresarial no atual prédio do hotel. Em 2021, com o projeto pronto para dar início, apareceu a oportunidade de alugar o edifício para o grupo Nobre, na intenção de instalar uma Faculdade.