By A vereadora Marta Rodrigues (PT), irmã do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, voltou a defender a criação do “Dia da Prostituta” em Salvador, após o tema ser reacendido por críticas do deputado estadual Diego Castro (PL), feitas na última quarta-feira (28). A proposta de Marta foi originalmente protocolada em 2022, mas remonta a discussões iniciadas ainda em 2002, quando o Ministério do Trabalho reconheceu a atividade de profissionais do sexo como profissão.
Segundo Marta, a ideia surgiu após reuniões com representantes da Associação das Profissionais do Sexo da Bahia (Aprosba), que a procuraram em 2021 para debater o assunto. “Fizemos o debate necessário, realizamos audiência pública e seguimos os trâmites legais. O projeto foi apresentado à Comissão de Constituição e Justiça em 2022, mas não avançou”, explicou a vereadora nesta quinta-feira (29), durante um evento de assinatura de decretos dos programas “CNH da Gente” e “CNH na Escola”.
O debate ganhou novos contornos depois que o deputado Diego Castro publicou nas redes sociais críticas ao projeto, afirmando: “Mais uma vergonha do PT. Salvador enfrenta problemas sérios, e a prioridade da base do governador é criar o ‘Dia da Prostituta’. A vereadora ignora os problemas reais da cidade e zomba da população”.
Marta reagiu às declarações afirmando que o objetivo do projeto é garantir direitos, como acesso à saúde e respeito, às profissionais do sexo. Ela ainda destacou que a escolha da data — 2 de junho — coincide com o mês atual, o que também contribuiu para o retorno do debate. “Um deputado, que prefiro nem nomear, tratou o tema de forma preconceituosa e machista, ignorando toda a minha trajetória de luta. Estou no meu quarto mandato como vereadora e sempre estive ao lado dos movimentos sociais”, afirmou.
Ela ainda questionou o motivo da retomada do tema neste momento e enfatizou a transparência do processo legislativo: “Está tudo disponível no site da Câmara Municipal. Nosso trabalho é feito com diálogo e respeito às profissionais, que muitas vezes são mães e enfrentam realidades difíceis. O que buscamos é criar espaços de escuta e construção coletiva dentro da Câmara”.
